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Em plena guerra na Ucrânia, Putin lota estádio em Moscou para celebrar anexação da Crimeia

 



O presidente russo, Vladimir Putin, reuniu cerca de 95 mil pessoas no estádio Luzhniki, em Moscou. O evento, apresentado como uma celebração do aniversário de oito anos da anexação da Crimeia, também foi uma prova de força do chefe de Estado diante de sua criticada ofensiva na Ucrânia.

Foi em um estádio lotado, com bandeiras russas, slogans antinazistas e cantos patrióticos, que Vladimir Putin fez a sua primeira aparição pública desde que lançou, em 24 de fevereiro, sua ofensiva militar contra a Ucrânia. Por todos os lados, os "Zs" – letra convertida em símbolo de apoio à guerra por aparecer nos tanques russos enviados para as zonas de combate – adornavam o peito dos presentes no ato.

O objetivo oficial do evento era celebrar a anexação da Crimeia ucraniana em 2014, tomada após uma revolução pró-Ocidente em Kiev. Mas rapidamente o presidente russo, citando a Bíblia, saudou as forças presentes atualmente na Ucrânia. "As palavras que me vêm são as das Sagradas Escrituras: não há amor maior que dar a vida por seus amigos", disse, ao subir no palco.



Durante seu discurso, o chefe de Estado repetiu que a intervenção militar em andamento na Ucrânia visa lutar contra o “genocídio” dos moradores que falam russo na região do Donbass, no leste do país vizinho. “Lado a lado, eles se ajudam, se apoiam quando necessário, se protegem uns aos outros com seus próprios corpos, como irmãos, em caso de tiro. Há muito tempo não víamos tanta união”, disse Putin diante da multidão.

Transmissão interrompida

No meio do discurso, que era transmitido pela emissora pública Rossiya-24, as imagens do chefe de Estados foram interrompidas. Quinze minutos depois, a televisão retomou a transmissão do discurso de Putin, agora gravado.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, explicou pouco depois aos meios de comunicação russos que transmitiam o evento que o discurso havia sido interrompido "por uma falha técnica em um servidor".

O evento também foi marcado por apresentações de artistas famosos, como Oleg Gazmanov, que cantou o sucesso "Feito na URSS", onde uma das estrofes diz: "Ucrânia e Crimeia, Belarus e Moldávia, este é o meu país". Personagens políticos, medalhistas esportivos e artistas também subiram no palco e se multiplicaram as mensagens de lealdade ao presidente Putin.

O pai de um separatista pró-russo morto no leste da Ucrânia subiu ao palco para saudar o exército russo que está "na linha de frente". "Quero lhes dizer que apoiem o presidente", declarou Artyom Zhoga, que viajou para Moscou especialmente para a ocasião, já que é comandante de uma unidade separatista no front de Donetsk, no leste da Ucrânia.

"Uma nação que acredita em seu presidente não pode ser derrotada", declarou Putin.

Fonte: RFI

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