Putin desrespeita direitos humanos e deixa mundo em pânico
A dissolução das URSS no dia 26 de dezembro de 1991 era um sinal de que as coisas poderiam ser diferentes no país que tentou, sem sucesso, aplicar o socialismo na Rússia e países que compunham o bloco soviético. É simbólico que, 30 anos depois, no último dia 28 de dezembro de 2021, a Suprema Corte Russa tenha ordenado o fechamento das atividades da ONG Memorial Internacional, aberta em 1989 e responsável por apurar crimes cometidos contra os básicos direitos humanos pelo então governo. Com grande prestígio internacional, a ONG foi acusada de receber ajuda financeira estrangeira. A promotoria alegou ainda que Memorial cria uma “imagem falsa da URSS como um Estado terrorista e prejudica a memória da Segunda Guerra Mundial”.
Dos crimes stalinistas aos abusos na Chechênia, a organização foi uma referência em investigações rigorosas e nessa quarta-feira, 29, em um desdobramento da decisão judicial de ontem, foi impedida de manter até mesmo as atividades em defesa dos Direitos Humanos no território russo.
Ao reescrever a História, atenuando os terríveis crimes de Stálin, o presidente Vladimir Putin oficializa na justiça seu papel como um ditador. Apagar qualquer forma de oposição naquele país, seja na Suprema Corte ou envenenando adversários políticos, Putin não esconde mais o que se tornou: um crápula autocrata. A anexação da Criméia em 2014, e a possível invasão da Ucrânia, também entram na longa lista de atividades antidemocráticas do presidente. Apesar das sanções impostas ao país, Putin parece inabalável em seu plano ditatorial de grandiosidade, embora desta vez ele não ameace o mundo com o risco de expandir o comunismo ou de reestabelecer os aterradores Gulags. Assusta, porém, o fortalecimento de sua amizade com a China, que também busca a hegemonia mundial, algo que não existia durante a Segunda Guerra. Todos esses sinais deixam a comunidade internacional em alerta. Melhor, em pânico.
Fonte: Istoé/ Taísa Szabatura
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