Brasil dispara e será o primeiro país da América Latina a investir em energia eólica offshore


 

Os mercados emergentes, principalmente da América Latina, terão papel fundamental no desenvolvimento do offshore global

A energia eólica offshore é uma das mais inovadoras e eficientes formas de produção de energia. Trata-se da utilização da força dos ventos em alto mar para gerar energia elétrica. O método é mais eficaz que o processo onshore, visto que, na forma offshore, não há barreiras para diminuir a força dos ventos, podendo esta ser aproveitada ao máximo.

Por se tratar de um tipo de energia limpa, renovável e inesgotável, é de suma importância que haja investimentos cada vez mais significativos na produção eólica. De acordo com a Global Wind Energy Council, é preciso que as aplicações no mercado eólico global quadrupliquem para descarbonizar a eletricidade e para honrar as metas de redução da emissão de gases firmadas no Acordo de Paris.

Os dados foram apresentados por Rodrigo Ugarte Ferreira, chefe de aquisições da Vestas Latam, durante o painel “Competitividade da cadeia produtiva e novos modelos de negócio para a expansão do setor eólico”, no Brazil Windpower 2021.

Além disso, no mesmo evento, o chefe de desenvolvimento de mercado da Vestas, Carsten Hallund Slot, afirmou que a tecnologia offshore ainda é um desafio global, mas que o Brasil possui todo o poderio necessário para acompanhar o desenvolvimento internacional.

De acordo com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, estima-se que a partir de 2022 seja possível incluir a contratação de parques eólicos offshore nos leilões de energia.

“O Brasil será pioneiro na implementação da tecnologia offshore na América Latina. A partir disso, os outros países da região terão o Brasil como caso de sucesso. As discussões regulatórias estão encaminhadas e contamos com uma proatividade imensa por parte dos órgãos ambientais”, afirma Carsten.

Mudanças na infraestrutura

A mudança na infraestrutura para receber os parques de energia eólica offshore trará diversos benefícios ao país, como possibilidade de novos investimentos, abertura de vagas de emprego, inovação, além de atrair atenção mundial, elevando o Brasil a outro nível de produção de energia renovável. Ademais, como pontuado por Rodrigo Ugarte em sua palestra, produzir energia eólica é uma excelente alternativa para diversificar a matriz energética brasileira, até então predominantemente formada por hidrelétricas.

Foram necessários 20 anos para o Brasil alcançar a marca de 20GW de energia eólica instalada, mas a tendência é que essa realidade mude rapidamente com o atual crescimento acelerado da produção. Já há projeções de que, até 2030, o país esteja produzindo 60GW de energia eólica, com a capacidade onshore responsável por 40GW e, a offshore, por 20GW.

Contudo, o ritmo mundial de instalação de energias renováveis não é suficiente para o cumprimento da meta global de descarbonização estipulada até 2030. E, segundo Eduardo Ricotta, presidente da Vestas para América Latina, “ A descarbonização da eletricidade é a base sobre a qual um sistema de energia sustentável deve ser construído”.

Reconhecendo o grande potencial da América Latina para a geração de energia eólica onshore e offshore, a Vestas anunciou a LATAM – uma nova configuração global para a região. Assim, a partir de 2022, países como México, República Dominicana, Peru, Colômbia, Chile, Argentina e Uruguai se juntam o Brasil para formar a região America Latina, sob o comando de Eduardo Ricotta, presidente da Vestas LATAM.

Este artigo foi publicado em 25 de novembro de 2021 17:29

Roberta Souza: Engenheira de Petróleo, pós-graduanda em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos
     

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