Técnicos de seleções criticam a Copa América: ‘Alarmante e preocupante’
realização da Copa América no Brasil virou alvo de seguidas críticas por jogadores e treinadores diretamente envolvidos na competição. Nesta quinta-feira, 3, foi a vez do técnico da seleção argentina, Lionel Scaloni, desaprovar a decisão da Conmebol. Ele descreveu a situação do país como “alarmante”, pior até mesmo que a da Argentina que, assim como a Colômbia, suspendeu a realização do torneio.
“Com certeza o Brasil está em situação igual, ou pior, do que a Argentina. Ainda há muitas incógnitas sobre acomodações e aonde vamos treinar. A nossa perspectiva mudou muito porque antes estaríamos em nosso centro de treinamentos, com todos os cuidados, e, agora, nos deparamos com esta situação que ainda é alarmante e preocupante por não ser o local ideal”, disse o treinador durante uma entrevista coletiva.
A competição migrou para o país no último dia 31, menos de duas semanas antes de sua primeira partida. De acordo com a nova tabela, o jogo de abertura acontece no dia 13, entre Brasil e Venezuela, às 18 horas, no estádio Mané Garrincha, em Brasília.
O anúncio causou espanto mundial e uma enxurrada de críticas públicas pela participação efetiva do governo federal para a realização em meio a números crescentes da Covid-19. “A Conmebol agradece ao presidente Jair Bolsonaro e sua equipe, assim como à Confederação Brasileira de Futebol por abrir as portas do país ao que hoje em dia é o evento esportivo mais seguro do mundo”.
Scaloni não está sozinho em seu tom crítico. Na quarta, o técnico da seleção chilena, o uruguaio Martín Lasarte, e o da seleção peruana, o argentino Ricardo Gareca, também se manifestaram contrários ao torneio.
“A situação teve uma série de mudanças estranhas”, disse Lasarte. “Já disse antes, mas agora acontece isso com o Brasil. Isso pode acontecer com qualquer pessoa e pode ser um de nós. Não é a mesma coisa um jogador de 25 anos se infectar e um membro da comissão técnica que seja mais velho. Então, me parece um risco enorme, a saúde está em primeiro lugar, no meu ponto de vista”, completou.
“O que me interessa é que haja seriedade. Eu acredito que toda a América do Sul está com problemas. Não acredito que haja um país na América do Sul que não tenha inconvenientes a respeito da pandemia. Não me parece justo que a Copa América seja jogada no país que se jogou anteriormente, não tanto pela pandemia. A pandemia está em todos os lados”, afirmou Gareca.
Um dos principais jogadores da Colômbia, o lateral e meio-campista Juan Cuadrado afirmou que as decisões “geraram incertezas” e que deixam os jogadores “sem tranquilidade e garantias” exigidas para o desenvolvimento da competição.
Nas últimas 24 horas, o Brasil registrou 2.507 mortes e 95.601 novos casos – a pior marca desde os 100.158 contaminados do dia 25 de março. No total, são 16.720.081 contaminados e 467.706 vítimas durante a pandemia em todo o território nacional. A média móvel de casos do dia é 63.626,6 e a de mortes 1.896,7.
Fonte:Veja.com
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