Peixe-leão ameaça vida marinha na costa brasileira

Imagem: Dimakig/Shutterstock

Bonitinho, mas ordinário, o peixe-leão invade a costa brasileira e ameaça a vida marinha do nosso país. A espécie chegou ao Oceano Atlântico há menos de 30 anos e rapidamente se espalhou, impactando negativamente os ecossistemas da região, principalmente nos recifes de coral da costa dos EUA e ilhas do Caribe.

Um estudo por um grupo de pesquisadores brasileiros, publicado nesta quinta-feira (3) na revista científica Biological Invasions, destaca quatro registros de peixes-leão na costa do país. Esses animais são naturais do oceanos Índico e Pacífico e, depois que invadiram a porção norte do Atlântico, só tinham sido vistos uma vez na região sul. Até agora.

Dois indivíduos foram capturados em recifes profundos, entre a região Norte e Nordeste, abaixo da pluma de água doce do Rio Amazonas. Um terceiro foi encontrado no arquipélago pernambucano de Fernando de Noronha, que fica a 350 quilômetros da costa. O outro, justamente o primeiro de todos, em uma região mais subtropical.

O registro subtropical, apesar de ser considerado muito distante para um único evento de dispersão larval do Caribe, é recorrente e pode ser resultado de solturas em aquários”, explicam os autores do estudo. Os cientistas também discutem ideias de como comunidades de mergulho e pesca podem ajudar a controlar a invasão dos peixes-leão.

“É fundamental descobrirmos como chegaram e trabalhar com comunidades locais para manter a população sob controle. Se não for controlado, o peixe-leão pode ter um grande impacto nas espécies locais, especialmente aquelas que existem apenas nos recifes que cercam as ilhas oceânicas do Brasil“, disse Luiz Rocha, coautor do estudo e integrante da Academia de Ciências da Califórnia, em entrevista ao site Phys.

Imagem: Administração de Fernando de Noronha/Divulgação

peixe-leão tem uma dieta abrangente, um estilo de caça único, reprodução durante todo o ano com ovos que podem viajar pelas correntes oceânicas e ausência de predadores naturais. O animal foi visto pela primeira vez no Atlântico Sul em 2015 por um mergulhador, que alertou os pesquisadores, justamente aquele encontrado na região subtropical.

Os três novos peixes rastreados pelo estudo foram encontrados com ajuda de pescadores e mergulhadores. O peixe-leão em Fernando de Noronha é o que mais preocupa o grupo de cientistas, pelo ecossistema diferenciado do arquipélago. O local tem várias espécies endêmicas, não encontradas em outro lugar do planeta e sensíveis a impactos adversos.

Os pesquisadores acreditam que os peixes-leão chegaram na costa brasileira usando recifes mais profundos, lentamente indo até o sul do Caribe e entrando sob a pluma do Rio Amazonas. Já o exemplar de Noronha chegou de modo “tradicional”, viajando por correntes entre as ilhas e o Caribe, enquanto larva.

“O Brasil, e Fernando de Noronha em particular, têm comunidades locais robustas de mergulho e pesca. Se colocarmos as ferramentas certas em suas mãos, é absolutamente possível manter a invasão sob controle”, garantiu Luiz Rocha.

Fonte:Olhar Digital/Ciência e espaço 

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