PF indica 'fortes indícios' de envolvimento de Salles em crimes, diz jornal

 Imagem: Adriano Machado/Reuters
PF (Polícia Federal) disse ter "fortes indícios" do envolvimento do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em supostos desvios cometidos pelo presidente afastado do Ibama, Eduardo Bim, informa O Globo. No caso de Bim, as provas obtidas na investigação apontam para crimes de facilitação ao contrabando e advocacia administrativa — ou seja, o favorecimento de interesses particulares dentro do governo. Sobre a participação de Salles, apesar dos sinais, a PF afirma que seria preciso aprofundamento, noticia o jornal.
As provas da Operação Akuanduba, deflagrada na última quarta-feira (19), incluem relatos de reuniões com madeireiros, alterações nas regras de fiscalização, mensagens de WhatsApp, depoimentos de testemunhas e movimentações financeiras atípicas.
Além de apresentar os detalhes da investigação, o delegado relata os indícios da participação de Salles nos crimes. Um trecho do documento ao qual O Globo teve acesso, escrito pelo delegado, diz que "esses mesmos elementos até então reunidos, a nosso ver, apresentam, também, fortes indícios de envolvimento do atual ministro do Meio Ambiente, Ricardo de Aquino Salles, autoridade com prerrogativa de foro perante essa Corte".
Já o caso de Eduardo Bim foi descrito pela PF como "crimes já configurados". Entre as provas está a participação do presidente do Ibama em uma reunião na qual empresários e parlamentares. Na ocasião teria sido solicitado que regras de fiscalização para a exportação de madeiras fossem afrouxadas. Na sequência, o instituto produziu um "despacho interpretativo" que atendia ao pedido.
Também fazem parte das provas depoimentos que indicaram a atuação dele visando esvaziar os trabalhos de fiscalização do Ibama. O relatório diz, ainda, que outras ações devem ser investigadas e aprofundadas, como corrupção passiva e lavagem de dinheiro "As circunstâncias e acontecimentos que antecederam e se sucederam à emissão do referido despacho, encontram-se exaustivamente descritas na presente representação e demonstram, s.m.j., um empenho pessoal do presidente do Ibama no sentido de atender à demanda apresentada pelas respectivas empresas quanto à legalização das exportações já realizadas", diz o documento obtido pelo jornal.
De acordo com a reportagem do jornal, a PF fez as afirmações em um ofício de 92 páginas enviado ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. No documento, o delegado Franco Perazzoni, responsável pela investigação, solicita busca e apreensão contra Salles e contra oito funcionários do Ibama, assim como o pedido de afastamento e quebras de sigilo bancário e fiscal deles - todos os pedidos autorizados por Moraes. Procurada, por O Globo, a defesa do ministro Ricardo Salles disse que não poderia se manifestar porque não teve acesso aos autos, mas que acionou a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para obter acesso a dados da operação. A assessoria do Ibama não se manifestou.

Fonte: Uol Notícias/ Meio ambiente 

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