Local de banho da época de Jesus é descoberto próximo a Getsêmani
Achado em Israel indica que o lugar, perto do Monte das Oliveiras, era dedicado à agricultura, provavelmente à produção de óleo ou vinho; resquícios de um templo também foram escavados
Igreja de Getsêmani foi construída entre 1919 e 1924 no lugar onde, segundo o livro sagrado dos cristãos, Jesus foi traído. O Novo Testamento diz que ele costumava rezar no Monte das Oliveiras e foi lá também onde fez suas preces na noite anterior a sua crucificação.
Fazendo escavações próximo ao local, arqueólogos se surpreenderam ao encontrar uma cavidade subterrânea, identificada como um local de banhos ritualísticos de um período da história judaica conhecido como Segundo Templo, que durou de 597 a.C. a 70 d.C.
“A descoberta do ritual de banho provavelmente confirma o nome antigo do lugar, Getsêmani", diz Amit Re’em, arqueólogo de Jerusalém, em nota publicada no Facebook. Ele explica que a maioria dos locais de banho do Segundo Templo foram encontrados até hoje dentro de casas ou em prédios públicos, e alguns estão em tumbas ou perto de instalações de agricultura. Nesses casos, as construções são a céu aberto. “A descoberta desse banho, sem edifícios, provavelmente indica a existência de uma indústria de agricultura aqui há 2 mil anos – possivelmente produzindo óleo ou vinho”, especula.
As antigas leis judaicas de purificação obrigavam trabalhadores envolvidos na produção de óleo e vinho a se limparem. E faz sentido também considerando o significado da palavra Getsêmani (Gat Shemanim, “prensa de óleo”).
Igreja do Bizantino
Os resquícios de uma igreja também foram identificados no local. As análises indicam que ela foi fundada no fim do período Bizantino, no século 6, e usada até o século 8, durante o Califado Omíada. Os arqueólogos encontraram inscrições em grego no chão do templo que, segundo especialistas que as decifraram, significam “pela memória e repouso dos amantes de Cristo (cruz) Deus que receberam o sacrifício de Abraão, aceite a oferta de seus servos e dê-lhes a remissão de pecados. (cruz) Amém.”
“É interessante ver que a igreja estava sendo usada, e talvez até tenha sido fundada, no tempo em que Jerusalém estava sob domínio muçulmano, mostrando que as peregrinações cristãs continuaram nesse período”, comenta o arqueólogo David Yeger.
Evidências apontam que o local foi destruído no século 12, provavelmente como consequência da conquista de Jerusalém pela dinastia Ayyubid, em 1187. A história indica que o Sultão Saladino Ayyubid teria mandado destruir igrejas e edifícios no Monte das Oliveiras.
Fonte: Revistagalileu.globo.com
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