CRISTIANO RONALDO CHEGA AOS 700 GOLS; O MILÉSIMO É APLAUSÍVEL?

Cristiano Ronaldo, capitão de Portugal, festeja gol na partida em que marcou seu 700º na carreira profissional, na goleada por 5 a 1 diante da Lituânia, em Vilnius (Ints Kalnins – 10.set.2019/Reuters)
Luís Curro
Não vi ninguém noticiar, nem no Brasil nem no exterior, uma marca impressionante de um dos mais espetaculares jogadores que o futebol já viu – e ainda vê.
Em grande estilo, ao balançar as redes quatro vezes em Lituânia 1 x 5 Portugal, pelas eliminatórias da Eurocopa-2020 na terça (10), Cristiano Ronaldo, o fenomenal CR7, atingiu impressionantes 700 gols na carreira.
Aliás, não só atingiu como superou, anotando também o 701º.
A máquina goleadora começou a partida no estádio LFF, em Vilnius (capital da Lituânia), com 697 gols.
O de número 700 saiu aos 19 minutos do segundo tempo, quando o CR7 desviou de pé direito, na pequena área, cruzamento de Bernardo Silva.
Antes, tinha feito o 698º, de pênalti, e o 699º, em chute mascado de fora da área. Nesse, a bola só entrou porque o goleiro Setkus falhou – defendeu parcialmente, a redonda subiu, bateu em seu ombro e entrou.
O 701º gol do camisa 7, que também é o capitão de Portugal, foi marcado depois de outra assistência de Bernardo Silva.
Considero inacreditável que um marco desses – Cristiano Ronaldo é o maior artilheiro em atividade e historicamente fica atrás de pouquíssimos nomes, entre os quais Pelé e Puskás – tenha passado em branco por todo o mundo, o que me leva a supor que as contagens sejam com diferentes números de jogos.
Há aquelas que excluem partidas amistosas e/ou pela International Champions Cup (ICC), torneio de pré-temporada, e as que incluem jogos por categorias de base, deixando o craque com menos ou com mais de 700 gols, respectivamente.
As sete centenas de gols deste texto baseiam-se nas 977 partidas que Cristiano Ronaldo, hoje com 34 anos e sete meses, fez como jogador profissional, por clubes e pela seleção portuguesa, considerando as válidas por competições, as amistosas e as na ICC.
O CR7 estreou no time principal do Sporting em 2002 e depois passou por Manchester United (2003 a 2009) e Real Madrid (2009 a 2018) antes de chegar à Juventus, sua equipe desde o segundo semestre do ano passado. Pela seleção principal de Portugal, joga desde 2003.
Eis a lista de gols (e jogos) dele por cada clube e pela seleção.
  • Sporting (Portugal) – 5 gols em 30 jogos (média de 0,17)
  • Manchester United (Inglaterra) – 118 gols em 292 jogos (média de 0,40)
  • Real Madrid (Espanha) – 454 gols em 447 jogos (média de 1,02)
  • Juventus (Itália) – 31 gols em 48 jogos (média de 0,65)
  • Portugal – 93 gols em 160 jogos (média de 0,58)
  • Total – 701 gols em 977 jogos (média de 0,72)
A pergunta a ser feita é: dá para Cristiano Ronaldo chegar aos mil gols?
Impossível não é, mas é bastante, bastante mesmo, improvável.
Supondo que ele permaneça no presente e no futuro em forma, sem lesões que o afastem dos gramados por muito tempo, e consiga manter a média de gols que tem na carreira (0,72), precisará de 416 jogos para comemorar o milésimo gol.
Caso jogue em média 50 partidas por temporada – um número factível –, marcaria o gol mil no fim de 2027, com 42 anos. Uma idade em que a esmagadora maioria dos futebolistas já está aposentada.
Para tornar essa façanha goleadora viável, o CR7 terá que voltar aos tempos de Real Madrid, quando registrou, em média, pouco mais de um gol por jogo (1,02). Desse modo, o milésimo chegaria em 293 partidas, ou em pouco menos de seis anos.
Que é o que ele vem fazendo neste 2019, até um pouco melhor.
Desde o início de janeiro, recuperando-se de uma segunda metade de 2018 muito ruim para os seus padrões, Cristiano Ronaldo, em uma das fases mais goleadores de sua vida, atuou em 21 jogos e anotou 24 gols (média de 1,14), 16 pela Juventus e oito por Portugal.
Em tempo 1: O primeiro gol de Cristiano Ronaldo aconteceu no dia 7 de outubro de 2002, uma segunda-feira, na vitória por 3 a 0 do Sporting sobre o Moreirense, pelo Campeonato Português, no estádio José Alvalade, em Lisboa. Vestindo a camisa 28, ele recebeu na intermediária, passou por dois rivais, com direito a uma pedalada no caminho, e tocou na saída do goleiro catarinense Roberto Volpato – sim, o primeiro gol da carreira profissional do CR7 foi em um brasileiro. Nessa partida, um dos companheiros de ataque do cinco vezes melhor do mundo também era brasileiro: Jardel, um dos artilheiros da história do Grêmio.
Em tempo 2: E Messi, o grande concorrente de Cristiano Ronaldo como o maior craque do futebol deste primeiro quarto de século 21? Está perto ou longe dos 700? Pelo mesmo critério de contagem, o argentino, que é mais jovem que o português (tem 32 anos), tem 675 gols em 833 partidas (média de 0,81 gol por jogo). O 700º sairá, provavelmente, no primeiro semestre de 2020.
Informações retirada: Folha de São Paulo

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