ESTUDANTES PROTESTAM CONTRA CORTES DO GOVERNO BOLSONARO NA EDUCAÇÃO; VEJA LOCAIS...

Em São Paulo, a concentração dos protestos contra os cortes na área da educação ocorreu no vão do Masp, na Avenida Paulista
© Tulio Kruse/Estadão Em São Paulo, a concentração dos protestos contra os cortes na área da educação ocorreu no vão do Masp, na Avenida Paulista
"Acho que a população está mais indignada, porque os efeitos dos cortes na educação começam a aparecer agora", diz o presidente da UNE, Iago Montalvão. Ele diz que o protesto também é motivado por atos recentes do presidente do Jair Bolsonaro, como a demissão do diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Galvão. "Estão negando a ciência, negando o método científico."
Os manifestantes também criticam o mais recente programa anunciado pelo Ministério da Educação, o Future-se, que promete autonomia financeira a universidades federais. A UNE classifica o projeto como uma "tentativa envergonhada de privatização das universidades". A proposta da pasta inclui o repasse a organizações sociais (OS) de projetos em áreas de ensino, pesquisa e inovação.
"Esse projeto foi apresentado em qualquer diálogo com a academia, o que é bem preocupante", afirma o estudante Guilherme Bianco, que cursa Ciências Sociais na Universidade Estadual Paulista (Unesp) e integra a executiva da UNE.
Balões e bandeiras de várias entidades de classe foram colocados no vão livre do Masp, entre elas do Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp), do sindicato dos professores municipais (Aprofem), da UNE, de entidades que representam estudantes secundaristas, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e da Central Única Trabalhadores (CUT).
O congelamento de 30% do orçamento das universidades federais ainda mobiliza o movimento. Segundo a CUT, 32 cidades no Estado de São Paulo estão mobilizadas em protestos pela educação.
"Balbúrdia é cortar dinheiro da educação", dizia uma das faixas confeccionada pelos estudantes, em referência a uma entrevista do ministro Abraham Weintraub ao Estado, no fim de abril.
No entanto, o movimento tenta afinar o discurso com outras bandeiras da oposição ao governo Bolsonaro, como o coro "Lula Livre" e a crítica à reforma da Previdência. Partidos como PSOL e PSTU marcam presença no ato.
"Nós temos de criar um clima de discussão em torno das nossas propostas, não reação às deles", considera o professor Francisco Fonseca, que dá aulas de Ciência Política na Pontifícia Universidade Católica (PUC) e na Fundação Getúlio Vargas (FGV). "O que a extrema direita quer é interditar o debate público no Brasil."
Alguns manifestantes também carregam cartazes com o rosto de Fernando Santa Cruz, morto na ditadura militar, pai do atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz. "Herói dos estudantes", diz o cartaz confeccionado pela UNE.

Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, a concentração do protesto ocorreu nas proximidades da Igreja da Candelária, no centro da cidade
© Fábio Grellet/Estadão No Rio de Janeiro, a concentração do protesto ocorreu nas proximidades da Igreja da Candelária, no centro da cidade
Centenas de pessoas se reúnem ao redor da Igreja da Candelária, no centro do Rio de Janeiro, na tarde desta terça.
Realizado simultaneamente em várias cidades brasileiras, o ato foi convocado pelas redes sociais pela UNE, pela CUT e por outras entidades da sociedade civil. No Rio, a maioria dos manifestantes é estudante de escolas públicas. Às 16h30, lideranças estudantis discursavam em carro de som. A Polícia Militar observava, e o ato transcorria de forma pacífica.
Por volta das 18 horas, os manifestantes devem seguir em caminhada até a sede da Petrobrás, também no centro do Rio. Normalmente o ponto final dos protestos é a Cinelândia ou a estação férrea Central do Brasil, mas o destino foi alterado, segundo os organizadores, para que o ato sirva também como protesto contra a venda de ativos da petroleira estatal.

Salvador

Estudantes, professores e outras categorias da sociedade civil participaram de manifestação em Salvador na manhã desta terça. Com faixas, cartazes e bandeiras, eles começaram a se concentrar na Praça do Campo Grande, na região central da cidade, por volta das 9 horas, e, de lá, saíram em caminhada até a Praça Castro Alves, provocando lentidão no trânsito naquela região.
O ato contou ainda com a presença de centrais sindicais, a exemplo da Central Única dos Trabalhadores da Bahia (CUT-BA) e de políticos do PT e PCdoB.
"Com essas manifestações, estamos defendendo a democracia e a soberania nacional. Somos contra os cortes na educação e a reforma da Previdência, que está tramitando no Senado, além da privatização das universidades públicas, entre outras medidas que vem sendo adotadas pelo governo Bolsonaro”, disse Cedro Silva, presidente da CUT-Bahia.
Já o representante da UNE, Natan Ferreira, explicou que o movimento dessa terça é uma continuidade das manifestações iniciadas no mês de maio. "Por muito tempo estivemos distantes da universidade, mas, hoje, queremos participar e reivindicar. A revolta com esse governo é porque a gente conseguiu democratizar o espaço universitário, e não podemos deixar voltar atrás", comentou.
A presidente do Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior da Bahia (Apub), Raquel Nery, revelou que as mobilizações tendem a se fortalecer a partir de agora. "Cobrar respeito e melhorias tem que ser sempre o nosso papel, enquanto entidade pública."
Durante a caminhada, os manifestantes, em menor número do que o de atos anteriores, gritavam palavras de ordem contra o governo e a favor do "Lula livre". Para os organizadores, 30 mil pessoas participaram do ato. A Polícia Militar não fez estimativa.

Veja abaixo onde ocorrem os atos de estudantes nas capitais brasileiras, em 13 de agosto (horários locais)

Região Norte

  • Acre: Praça da Revolução, Rio Branco, às 16 horas
  • Amazonas: Praça da Saudade, Manaus, às 15 horas
  • Amapá: Praça da Bandeira, Macapá, às 13 horas
  • Pará: Praça da República, Belém, às 8 horas
  • Rondônia: Praça Três Caixas D'Água, Porto Velho, às 16 horas
  • Roraima: Praça do Centro Cívico, Boa Vista, às 16 horas
  • Tocantins: Praça dos Girassóis, Palmas, às 9 horas

Nordeste

  • Alagoas: Centro de Educacional de Pesquisas Aplicadas (Cepa), Maceió, às 8 horas
  • Bahia: Praça do Campo Grande, Salvador, às 9 horas
  • Ceará: Praça da Gentilândia, Fortaleza, às 8 horas
  • Maranhão: Praça Deodoro, São Luís, às 15 horas
  • Paraíba: Liceu Paraibano, João Pessoa, às 14 horas
  • Pernambuco: Rua Aurora, Recife, às 14 horas
  • Piauí: Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Teresina, às 8 horas
  • Rio Grande do Norte: Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) Central, Natal, às 14h30
  • Sergipe: Praça General Valadão, Aracaju, às 15 horas

Sudeste

  • Espírito Santo: Teatro Universitário, Vitória, às 16 horas
  • Minas Gerais: Praça da Assembleia Legislativa, Belo Horizonte, às 16 horas
  • Rio de Janeiro: Largo da Candelária, Rio de Janeiro, às 15 horas
  • São Paulo: Museu de Arte de São Paulo (Masp), São Paulo, às 15 horas

Sul

  • Paraná: Praça Santos Andrade, Curitiba, às 18 horas
  • Rio Grande do Sul: Esquina Democrática, Porto Alegre, às 18 horas
  • Santa Catarina: Largo da Catedral, Florianópolis, às 16 horas

Centro-Oeste

  • Distrito Federal: Museu da República, Brasília, às 9 horas
  • Goiás: Praça Universitária, Goiânia, às 15 horas
  • Mato Grosso: Praça Alencastro, Cuiabá, às 14 horas
  • Mato Grosso do Sul: Rua 7 de Setembro, Campo Grande, às 7 horas
    Créditos: Estadão

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