SAÚDE: SARAMPO PREOCUPA O BRASILEIRO E BRASIL PODE PERDER O SELO DE ELIMINAÇÃO DO SARAMPO.

Vacina é meio mais eficaz na proteção contra o sarampo
O surto de sarampo que Roraima e outros dois estados brasileiros enfrentam pode fazer com que o Brasil perca o selo de eliminação da doença no território nacional. O país tinha até fevereiro deste ano para reverter o diagnóstico.
O critério adotado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para conferir 'transmissão sustentada', ou seja, a doença persista, é que o surto se mantenha por um período superior a 12 meses. Em 2016, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) entregou o certificado da eliminação do sarampo.
Segundo o Ministério da Saúde, o último caso relatado no Brasil havia sido no Ceará, em julho de 2015. Os últimos casos autóctones ocorreram no ano 2000 e, desde então, todos os casos confirmados foram importados ou relacionados à importação.
Roraima enfrenta um surto da doença desde fevereiro de 2018, em meio à crise migratória venezuelana. Dados do último boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde (Sesau), do dia 15 de março, informam que já foram confirmados 361 casos, sendo que 219 são venezuelanos (127 indígenas e 92 não-indígenas) e 139 brasileiros (18 indígenas e 121 não-indígenas).
Além destes, foram confirmados um caso em guianense, um em peruano e outro em um argentino. Do início do surto até o momento, foram registrados quatro óbitos em Roraima causados pela doença.
VOLTA
Roraima não é o único estado do país com o vírus ativo. Amazonas e Pará também estão com surto da doença.
De acordo com um levantamento do Fundo Internacional de Emergência para a Infância das Nações Unidas (Unicef), divulgado no dia 28 de fevereiro, dez países são responsáveis por 74% do aumento de casos de sarampo no mundo.
Com mais de 10 mil casos registrados, o Brasil está entre os três primeiros, atrás das Filipinas e da Ucrânia, líder com 30 mil casos no ano passado.
"Sabemos que os casos no Brasil são de importação, lamentavelmente, pelas condições de saúde em que vive a Venezuela. Mas só estamos tendo casos de sarampo no Brasil porque não tínhamos cobertura de vacinação adequada. Se tivéssemos, esses casos viriam até aqui e não produziriam nenhum tipo de surto", afirma a gerente do Núcleo Estadual do Programa Nacional de Imunizações, Carmem Muniz.
VACINA
A reintrodução do vírus é atribuída ao surto da doença na Venezuela, que faz fronteira com o país, segundo o Ministério. A Venezuela perdeu o certificado de eliminação em junho do ano passado.
"Não importa como e por onde o vírus entrou no Brasil. Se começaram a haver casos, é porque a cobertura vacinal não estava boa", destacou a gerente.
Devido ao retorno da doença ao Brasil, o Ministério da Saúde fez de agosto a setembro do ano passado a Campanha Nacional de Vacinação contra o sarampo e a poliomielite. Roraima não atingiu a meta de cobertura vacinal, ficando com 72%.
Entre as causas da do crescimento do sarampo no Brasil, Carmen assinalou como hipóteses, certo desleixo da população com a queda no número de casos de sarampo, o horário de funcionamento dos postos de saúde que coincide com o período em que as pessoas estão trabalhando, e o movimento anti-vacinação e as notícias falsas veiculadas em mídias sociais.
HISTÓRICO
Antes de começar a vacinação maciça em 1980, o sarampo causava cerca de 2,6 milhões de mortes por ano no mundo e aproximadamente 101,8 mil óbitos nas Américas entre 1971 e 1979.
No Brasil, o sarampo é uma doença de notificação compulsória desde 1968. A partir de 1999, a vigilância do sarampo é integrada à vigilância da rubéola, tornando oportuna a detecção de casos e surtos e a efetivação das medidas de controle adequadas.

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