28 de outubro de 2018, um dia histórico para o automobilismo mundial. Neste domingo (28), Lewis Hamilton entrou de vez para a seletíssima galeria dos maiores campeões da história da F1 e conquistou o pentacampeonato mundial depois de ter finalizado o GP do México em quarto. Não foi, necessariamente, uma corrida fácil para o britânico, que largou bem, pulou de terceiro para segundo, mas sofreu muito com o desgaste dos pneus ultra e supermacios e não conseguiu sustentar a colocação. Mas o piloto nem precisou subir ao pódio no Autódromo Hermanos Rodríguez. O quarto lugar foi mais do que suficiente, uma vez que precisava apenas ser sétimo para confirmar o título. Assim, Hamilton se iguala a Juan Manuel Fangio e fica a apenas dois títulos de empatar com Michael Schumacher, o maior campeão de todos os tempos.
Enquanto Hamilton corria para garantir o campeonato, Max Verstappen foi soberano e vingou, de certa forma, a conquista da pole-position de Daniel Ricciardo no sábado. Com uma largada perfeita, o holandês conquistou a liderança e daí em diante jamais foi superado. De ponta a ponta, o jovem holandês de 21 anos foi perfeito e venceu pela segunda vez no ano, a quinta na carreira.
Sebastian Vettel bem que tentou, mas sabia que mesmo adiar a definição do título para Interlagos seria algo bastante improvável. O alemão foi aguerrido e ficou longe dos erros cometidos nas últimas corridas. Nas voltas finais, Seb se aproximou de Ricciardo e até mostrou ter o carro mais no chão para fazer a ultrapassagem e terminar em segundo. Mas o motor Renault do australiano, que fez uma prova valente, voltou a abrir o bico e o deixou na mão, sacramentando o pódio do alemão. Kimi Räikkönen, que fez uma corrida bastante apagada, diferente de semana passada nos EUA, completou o top-3.
Valtteri Bottas foi o quinto, enquanto Nico Hülkenberg foi o melhor do resto e levou a Renault à sexta colocação. Charles Leclerc, com outra grande atuação, finalizou em sétimo, seguido por um dos bons nomes da corrida, Stoffel Vandoorne, que surpreendeu com a McLaren em oitavo. Marcus Ericsson, da Sauber, e Pierre Gasly, completaram os dez pontuadores, enquanto Fernando Alonso, melancolicamente, foi o primeiro a abandonar a prova.
Saiba como foi o GP do México de F1
Com 19º de temperatura ambiente, 32ºC no asfalto e um enorme calor humano vindo das arquibancadas lotadas do Autódromo Hermanos Rodríguez, o GP do México começou com a expectativa de coroar Lewis Hamilton como pentacampeão do mundo.
A largada foi livre de problemas e teve Hamilton como grande nome, pulando de terceiro para segundo após se colocar entre as duas Red Bull em uma postura bastante agressiva, de quem buscava mesmo a vitória. Max Verstappen se deu melhor e tomou a liderança, com o pole Daniel Ricciardo caindo para terceiro após tracionar muito mal. Sebastian Vettel aparecia apenas na quarta colocação. Confusão, mesmo, apenas no pelotão intermediário: após enroscos, Esteban Ocon teve de levar sua Force India para os boxes para trocar a asa dianteira. Brendon Hartley trocou pneus após incidente na primeira volta. De restante, foi uma corrida que começou sob controle.
O primeiro a abandonar foi Fernando Alonso, um dos pilotos mais ovacionados do fim de semana. O bicampeão acabou carregando um detrito de carro de Ocon ainda na primeira volta e, desde então, começou a enfrentar problemas e abandonou de vez na sexta volta. Por conta da remoção da McLaren da área de escape da curva 11, a direção de prova chegou a acionar o safety-car virtual, que logo deu lugar novamente à luz verde.
Volta a volta, Verstappen conseguia abrir ligeira vantagem para Hamilton, que só tinha o trabalho de chegar à frente de Vettel para confirmar o título. Àquela altura, com nove voltas completadas, os pneus ultramacios dos líderes já começavam a apresentar alto desgaste, como pontuou o #44 da Mercedes. Não à toa, o britânico foi o primeiro entre os líderes a fazer seu pit-stop, trocando os ultra pelos supermacios. Valtteri Bottas foi aos boxes segundos depois. Mais atrás, a torcida mexicana vibrava com Sergio Pérez duelando com Marcus Ericsson pelo décimo lugar.
Ricciardo fez seu pit-stop na volta seguinte, a 13ª, e voltou em quinto lugar, entre as Mercedes de Hamilton e Bottas. Verstappen foi aos boxes na volta 14 e repetiu a estratégia: ultra pelos supermacios. Vettel tomou a liderança de forma provisória, com Räikkönen em segundo e Verstappen voltando em terceiro. Só que, no giro seguinte, Max aproveitou o excelente ritmo da Red Bull e os pneus mais novos, acionou a asa móvel e ultrapassou o finlandês com facilidade.
Räikkönen tinha ritmo pior e ficou sob a alça de mira de Hamilton. Não foi uma ultrapassagem tão fácil, mas o britânico superou o 'Homem de Gelo' por dentro, na entrada da curva 3. Ricciardo veio em seguida e também passou o finlandês. Pouco depois, a Ferrari chamava Vettel e Räikkönen e usava a estratégia de trocar os ultra pelos supermacios. Seb voltava na quarta colocação, enquanto Kimi era o sexto. A ordem da prova voltava ao normal do início, com Verstappen na frente e Hamilton em segundo.
Lewis Hamilton lidou com o alto desgaste dos pneus, mas confirmou o pentacampeonato (Foto: AFP)Mesmo com poucas voltas após o pit-stop, Hamilton já reclamava da performance dos pneus supermacios. Mesmo assim, Lewis parecia ter o terceiro lugar sob controle, enquanto Ricciardo e Vettel não mostravam ter condições sequer de fazer a aproximação.
A corrida ficou bem morna daí em diante. Um dos poucos momentos atípicos foi o acionamento, novamente, do safety-car virtual. Carlos Sainz estava na oitava posição quando parou seu carro no Foro Sol. Fim de corrida para um dos bons destaques dos treinos livres na sexta-feira. Nesse meio tempo, Esteban Ocon e Sergio Pérez aproveitaram para fazer mais uma parada.
A corrida foi retomada no seu ritmo normal pouco depois com Vettel atacando Ricciardo. O alemão fez a ultrapassagem na volta 34, subindo para a terceira posição, cerca de 3s7 atrás de Hamilton. No pelotão intermediário, Pérez voltava a levantar o público mexicano depois de ultrapassar a Sauber de Charles Leclerc e ganhar a oitava colocação.
Após passar Ricciardo, Vettel se aproximava de Hamilton a cada volta. A Ferrari mostrava ter uma melhor performance naquele momento com os pneus supermacios, de modo que a ultrapassagem parecia ser questão de tempo. Com o regulamento debaixo do braço, Lewis nem precisaria brigar com o rival pelo segundo lugar e, por isso, não ofereceu muita resistência, com o alemão fazendo a ultrapassagem na curva 1. Mas a diferença de Seb para o líder era muito grande, de 14s.
A entusiasmada torcida mexicana levou uma bela ducha de água fria depois que Pérez teve de recolher para os boxes para abandonar a corrida por conta de problemas nos freios do seu carro. Já a outra Force India, de Ocon, se enroscava com Brendon Hartley quando lutava pelo 13º lugar.
Enquanto Vettel acelerava para tentar encurtar a distância para Verstappen, com uma série de voltas mais rápidas, Hamilton lutava com os supermacios e via a aproximação de Ricciardo. Nada que fosse uma grande preocupação quanto ao campeonato, uma vez que o quinto lugar era Bottas, seu companheiro de Mercedes. Na volta 47, Hamilton tentou evitar a ultrapassagem do australiano e fritou os pneus no fim da reta, chegando a passear pela grama. Riciardo ganhou a terceira posição, enquanto a Mercedes se preparou para um segundo pit-stop: "Os pneus estão acabados", falou o piloto via rádio.
Antes de Hamilton, Vettel foi aos boxes fazer sua parada. O britânico veio na sequência e repetiu a estratégia do rival ao trocar os super pelos ultramacios. Verstappen também fez seu segundo pit-stop, mas colocou outro jogo de supermacios para partir para a vitória no México. No fim das contas, Vettel voltou em terceiro e tentava se aproximar de Ricciardo, enquanto Lewis vinha em quinto. Só que o motor Renault de Ricciardo apresentou problemas novamente na temporada e o deixou na mão nas voltas finais. Vettel ganhou uma posição e subiu para segundo, à frente de Räikkönen e Hamilton.
Verstappen, ciente de todo o histórico de falta de confiabilidade do motor Renault, se mostrava apreensivo e com natural receio de sofrer uma quebra e perder a vitória. Mas o próprio holandês tratou de responder na pista com uma boa volta, indicando que estava tudo certo com a unidade de potência francesa. Daí em diante, foi apenas questão de segurar o ritmo e seguir para a consagradora vitória. E Hamilton, na ponta dos dedos, rumou para cruzar a linha de chegada e entrar de novo para a história. Desta vez, como pentacampeão mundial de F1.
O GRANDE PRÊMIO cobre ‘in loco’ o GP do México de F1 neste fim de semana com a repórter Evelyn Guimarães.
E o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 acontece este ano nos dias 9, 10 e 11 de novembro, no autódromo de Interlagos. Os
Comentários
Postar um comentário